O Papel da Conferência na Construção de uma Maringá Sustentável
A conferência, organizada pela Prefeitura de Maringá em parceria com o Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPPLAM), tem como tema central “Construindo a Política de Desenvolvimento Urbano: caminhos para cidades inclusivas, democráticas, sustentáveis e com justiça social”. Este enfoque demonstra o compromisso da administração municipal em alinhar o crescimento urbano com os princípios de sustentabilidade e equidade.
A Chave para o Sucesso: Participação Popular
Um dos aspectos mais promissores desta conferência é a ênfase na participação popular. Com 420 vagas disponíveis, sendo 370 para delegados representando diversos segmentos sociais, o evento promete ser um verdadeiro exercício de democracia participativa. Esta abordagem inclusiva é fundamental para garantir que as políticas públicas reflitam as reais necessidades e aspirações dos maringaenses.
A conferência abordará temas como planejamento urbano, gestão de políticas públicas, sustentabilidade, mobilidade, emergências climáticas e outros tópicos que são particularmente relevantes para Maringá, uma cidade em constante crescimento que enfrenta desafios típicos de centros urbanos em expansão.
Aprendendo com outras Cidades Sustentáveis
Quando analisamos o cenário nacional de cidades sustentáveis, podemos extrair valiosas lições para o desenvolvimento de Maringá. São Caetano do Sul, por exemplo, destaca-se como líder em sustentabilidade no Brasil, com iniciativas impressionantes que abrangem desde a cobertura universal de saneamento básico até um sistema eficiente de coleta seletiva e uma extensa malha cicloviária. Essas ações demonstram como uma gestão focada pode transformar a qualidade de vida urbana.
Curitiba, por sua vez, há muito tempo é reconhecida como pioneira em planejamento urbano sustentável. Seu sistema de transporte público, especialmente o Bus Rapid Transit (BRT), tornou-se um modelo global. Além disso, a cidade também se destaca pela abundância de áreas verdes e por seu planejamento de longo prazo que prioriza o equilíbrio entre desenvolvimento urbano e preservação ambiental. Um exemplo do compromisso contínuo da cidade com inovações sustentáveis é a implementação de painéis fotovoltaicos em terminais de ônibus.
João Pessoa oferece outro exemplo inspirador, sendo reconhecida como a “Capital Verde”. Com 30% de seu território coberto por vegetação, a cidade demonstra um compromisso notável com a preservação ambiental urbana. O plantio massivo de árvores nativas e a criação de espaços de preservação geridos pelo poder público são iniciativas que Maringá poderia adaptar à sua realidade.
Cidades brasileiras, incluindo algumas paranaenses como Londrina, têm adotado práticas inovadoras em sustentabilidade urbana. Extrema, em Minas Gerais, se destaca pelo projeto de compensação ambiental e pelo programa Conservador das Águas, que visa proteger fontes de água e recuperar áreas degradadas. Santana de Parnaíba, em São Paulo, deu um passo significativo ao ser a primeira cidade brasileira a apresentar à ONU um plano alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Essas iniciativas refletem o comprometimento das cidades com a preservação ambiental, a melhoria da qualidade de vida e a construção de um futuro mais sustentável.

O Caminho para uma Maringá mais verde e inclusiva
O caminho para uma Maringá mais verde e inclusiva envolve uma série de iniciativas e ações que estão sendo implementadas ou planejadas para o futuro próximo da cidade.
Um dos marcos recentes nessa jornada é o projeto Estação Ingá, lançado pela Sancor Seguros. Esta iniciativa revoluciona a mobilidade urbana ao oferecer compartilhamento de bicicletas e patinetes elétricos em 30 pontos estratégicos da cidade. Além de reduzir as emissões de carbono, o projeto incentiva um estilo de vida mais ativo e saudável entre os maringaenses, contribuindo para uma cidade mais limpa e dinâmica.
O planejamento urbano sustentável tem sido uma prioridade para a administração municipal. Maringá está investindo na expansão de áreas verdes urbanas, implementando programas de economia circular e desenvolvendo um plano de mobilidade urbana que prioriza o transporte público e as ciclovias. Essas ações não apenas melhoram a qualidade de vida dos cidadãos, mas também posicionam Maringá como um modelo de desenvolvimento urbano sustentável.
No campo da energia, a cidade está focando em investimentos em fontes renováveis e na melhoria da eficiência energética em edifícios públicos e privados. Essas iniciativas não só reduzem a pegada de carbono da cidade, mas também promovem a inovação e a criação de empregos no setor de energia limpa.
A gestão de resíduos tem ganhado destaque, com a implementação de programas de reciclagem e iniciativas para redução do desperdício. Essas ações não apenas minimizam o impacto ambiental, mas também geram novas oportunidades econômicas no setor de reciclagem e reaproveitamento de materiais.
O reconhecimento internacional do compromisso de Maringá com a sustentabilidade chegou com a publicação de seu relatório de desenvolvimento sustentável pela ONU, tornando-a a primeira cidade do Paraná a alcançar esse marco. Esse feito reflete o alinhamento das políticas municipais aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) globais.
Além disso, educação e a conscientização são peças-chave nessa transição para uma cidade mais sustentável. Maringá tem promovido programas educacionais e iniciativas de conscientização ambiental, envolvendo a comunidade em práticas que visam um futuro mais verde. Essas ações são essenciais para cultivar uma cultura de sustentabilidade entre os cidadãos.
Outro investimento que ocupa lugar central nas políticas da cidade é a preservação ambiental com foco na proteção de áreas naturais e no reflorestamento. Essas ações não só preservam a biodiversidade local, mas também contribuem para melhorar a qualidade do ar e regular o clima urbano.
Quais são os desafios?
Maringá, em sua jornada rumo a uma cidade mais sustentável e inclusiva, enfrenta uma série de desafios significativos que demandam atenção e ação coordenada. A gestão de resíduos sólidos emerge como uma questão prioritária, com a cidade reciclando atualmente apenas 7% do total de lixo coletado. Embora este percentual esteja acima da média nacional de 2%, ainda há um longo caminho a percorrer para atingir a meta ambiciosa de 30% de material reciclável. O Programa Lixo Zero e a campanha Maringá Cidade Limpa são iniciativas importantes nesse sentido, buscando aumentar a reciclagem e melhorar o reaproveitamento dos resíduos, incluindo a destinação adequada de resíduos volumosos inservíveis.
A redução das emissões de gases de efeito estufa representa outro desafio crucial. Apesar de Maringá apresentar o segundo menor índice de emissão entre cinco cidades analisadas, ainda precisa intensificar seus esforços para alcançar as metas propostas pelo ODS 13. Paralelamente, a mobilidade urbana sustentável continua sendo um ponto de atenção, com o projeto Estação Ingá oferecendo uma solução inovadora através do compartilhamento de bicicletas e patinetes elétricos. No entanto, a expansão dessas iniciativas para mais áreas da cidade permanece um desafio.
A busca por maior eficiência energética está em andamento, com a cidade implementando a troca de lâmpadas de vapor de sódio por LEDs na iluminação pública, visando uma redução significativa na conta de energia. Além disso, projetos como a construção de usinas de energia fotovoltaica para uso em prédios públicos demonstram o compromisso com fontes de energia mais limpas e eficientes.
Um chamado à Ação!
A 7ª Conferência Municipal das Cidades representa uma oportunidade única para Maringá redefinir seu futuro urbano. Como cidadãos, temos a responsabilidade de participar ativamente deste processo, contribuindo com ideias e exigindo ações concretas de nossos representantes. Somente através de um esforço coletivo poderemos construir uma Maringá verdadeiramente sustentável, inclusiva e próspera para as gerações futuras.
A sustentabilidade urbana não é apenas um objetivo desejável, mas uma necessidade urgente. Maringá tem o potencial de se tornar um modelo de cidade sustentável para o Brasil e o mundo. Cabe a nós, cidadãos e líderes, transformar essa visão em realidade.
FONTES:
1. PARANÁ tem histórico de eleições acirradas no segundo turno. RIC Mais, 13 ago. 2024. Disponível em: https://ric.com.br/politica/parana-eleicoes-acirradas-segundo-turno/. Acesso em: 6 mar. 2025.
2. INSCRIÇÕES para Sétima Conferência Municipal das Cidades se encerram em fevereiro. O Maringá, 4 fev. 2025. Disponível em: https://omaringa.com.br/noticias/geral/inscricoes-para-setima-conferencia-municipal-das-cidades-se-encerram-em-fevereiro/. Acesso em: 6 mar. 2025.
3. INSCRIÇÕES abertas para a 7ª Conferência Municipal das Cidades de Maringá. Maringá Post, 22 jan. 2025. Disponível em: https://maringapost.com.br/cidade/2025/01/22/inscricoes-abertas-para-a-7a-conferencia-municipal-das-cidades-de-maringa/. Acesso em: 6 mar. 2025.