Uma nova era de proteção: tecnologia a serviço da vida
Quem vive em Maringá sabe: segurança pública não é só policiamento ostensivo, é acolhimento, presença do Estado e resultado concreto para as famílias. Como advogado, consultor de negócios e maringaense de coração, acompanho de perto os desafios enfrentados por mulheres vítimas de violência doméstica em nossa cidade e região. Por isso, celebro a chegada do sistema de Monitoração Eletrônica Simultânea (MES), que representa um divisor de águas nas políticas públicas de proteção à mulher.
O projeto, fruto de um investimento de R$ 4,8 milhões, utiliza celulares exclusivos para as vítimas e tornozeleiras eletrônicas para os agressores, permitindo o monitoramento em tempo real. Assim, a qualquer sinal de aproximação indevida — seja no raio de advertência (500 metros) ou de exclusão (200 metros) — tanto a vítima quanto as forças de segurança são imediatamente alertadas, garantindo resposta rápida e eficaz.
Como funciona na prática: proteção em tempo real
- Vítima: recebe um smartphone especial, que não pode ser desligado ou formatado, para alertas, comunicação direta com a polícia e acesso à localização do agressor.
- Agressor: utiliza tornozeleira eletrônica, monitorada 24h, que emite alertas vibratórios e notifica a central caso ele ultrapasse os limites estabelecidos.
- Ação integrada: Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Penal, Ministério Público, Tribunal de Justiça e Secretaria da Mulher atuam juntos para garantir acolhimento, assistência e resposta imediata em caso de descumprimento da medida protetiva.
Em caso de violação, a viatura mais próxima é acionada e a vítima recebe orientações para se proteger, inclusive com filmagem automática do ambiente para registro de provas. Se o agressor romper a tornozeleira ou houver perda de sinal, a polícia se desloca imediatamente para garantir a segurança da mulher.
Por que isso importa para Maringá e região?
Maringá, referência em políticas públicas e gestão municipal, já conta com uma rede de proteção à mulher estruturada, mas enfrenta desafios persistentes, especialmente nos bairros mais afastados. Estudos recentes mostram que a violência doméstica atinge todas as classes sociais e que o número de vítimas atendidas aumentou no pós-pandemia. A integração do monitoramento eletrônico fortalece a capacidade de resposta do município e amplia a sensação de segurança para as maringaenses.
Além disso, a Operação Mulher Segura, lançada em Maringá em 2024, já realizou mais de 600 prisões e 4.282 visitas de suporte às vítimas, mostrando que a união entre Estado e Prefeitura faz diferença na ponta. Agora, com a tecnologia MES, damos um passo ainda mais ousado: evitar que a medida protetiva seja apenas “um papel”, tornando-a efetiva e salvando vidas.
O que dizem os números e especialistas
- O Paraná registrou queda de 18,7% nos homicídios de mulheres em dez anos, superando a média nacional.
- Nas cidades onde o Programa Mulher Segura foi implementado, houve redução de até 24% nos casos de feminicídio em 2024.
- O monitoramento eletrônico já mostrou resultados positivos em outros estados, como São Paulo e Rio Grande do Sul, onde a resposta rápida das autoridades tem evitado tragédias e incentivado mais mulheres a denunciarem seus agressores.
Pontos fortes, desafios e oportunidades
Pontos fortes
- Integração inédita de tecnologia, Judiciário e forças de segurança.
- Resposta rápida e monitoramento em tempo real.
- Expansão prevista para todos os municípios do Paraná, incluindo Maringá.
Desafios
- Necessidade de ampliar a rede de atendimento nos municípios menores da região metropolitana de Maringá.
- Capacitação contínua dos profissionais envolvidos e articulação entre Estado e municípios.
- Garantir que a adesão ao programa seja voluntária, respeitando a autonomia da vítima.
Oportunidades
- Redução ainda maior dos índices de feminicídio e violência doméstica.
- Fortalecimento do debate público e da transparência na execução das políticas.
- Possibilidade de Maringá se tornar referência nacional em políticas públicas de proteção à mulher.
O que podemos aprender com outras cidades
Capitais como São Paulo e Porto Alegre já utilizam tornozeleiras eletrônicas e aplicativos integrados para monitorar agressores, com resultados expressivos na redução de reincidência e aumento da confiança das vítimas na rede de proteção. A experiência mostra que o monitoramento eletrônico, aliado a campanhas de conscientização e capacitação de agentes públicos, é o caminho mais sustentável para enfrentar esse grave problema social.
Compromisso com uma Maringá mais segura e justa
A luta contra a violência doméstica exige coragem, inovação e compromisso com resultados. O monitoramento eletrônico de acusados de violência doméstica, agora realidade no Paraná, é mais do que uma resposta tecnológica: é um pacto pela vida, pela dignidade e pela justiça social.
Como maringaense, advogado e cidadão, reafirmo meu compromisso com políticas públicas sustentáveis, baseadas em evidências e voltadas para o resultado concreto na vida das pessoas. Que Maringá siga sendo exemplo de gestão, transparência e acolhimento, mostrando que, quando Estado e sociedade caminham juntos, ninguém fica para trás.
Vamos juntos construir uma cidade onde todas as mulheres possam viver sem medo, com oportunidades iguais e respeito garantido. Afinal, política de verdade é aquela que faz diferença na vida das pessoas — e é isso que nos move todos os dias.
Alan Zampieri | Advogado e consultor de negócios | Instagram: @alanzampieri.adv