É fato que Maringá tem sido reconhecida por sua qualidade de vida, sustentabilidade e tem sido destaque devido às iniciativas em mobilidade urbana. O Projeto de Lei 15.893/2021, proposto pelo vereador Paulo Biazon, busca incentivar o transporte sustentável, mas enfrenta críticas por não priorizar adequadamente a infraestrutura necessária para integrar diferentes modais de transporte.
As limitações do Projeto de Lei
O Projeto de Lei 15.893/2021 é um esforço louvável para promover a sustentabilidade, mas pode não ir longe o suficiente se não investir em infraestrutura física para apoiar a integração de modais. Em vez de focar em aplicativos para registrar a adesão da população, Maringá precisa de investimentos significativos em ciclovias, faixas exclusivas para ônibus e sistemas de transporte público eficientes. Isso é essencial para reduzir a dependência de veículos particulares e promover uma mobilidade mais equitativa e sustentável.
Plano Municipal de Mobilidade Urbana (PlanMob)
O PlanMob Maringá, aprovado em 2022, é um marco importante para a mobilidade urbana sustentável. Ele prioriza a segurança nos deslocamentos, o transporte não motorizado e o transporte coletivo, visando reduzir as viagens individuais motorizadas e os acidentes de trânsito. No entanto, podemos destacar a necessidade de melhorias na infraestrutura dos pontos de ônibus e na integração tarifária para tornar o sistema mais atraente e eficiente.
Infraestrutura como Prioridade
A infraestrutura é a base para qualquer política de mobilidade sustentável. Investir em ciclovias seguras e bem sinalizadas, por exemplo, pode aumentar significativamente o uso de bicicletas como meio de transporte, reduzindo a poluição e melhorando a saúde pública. Além disso, faixas exclusivas para ônibus são fundamentais para tornar o transporte coletivo mais rápido e eficiente, desencorajando o uso de veículos particulares.
Integração Tarifária: Um Desafio Pendente
A falta de integração tarifária entre diferentes modais é um dos principais desafios do sistema de transporte coletivo em Maringá. Isso significa que os passageiros precisam pagar mais de uma tarifa para realizar uma viagem que envolva diferentes modais, como ônibus e bicicleta. A implementação de um sistema de integração tarifária poderia aumentar significativamente a eficiência e a acessibilidade do transporte público.
Iniciativas de Cidades-Modelo
Cidades como Curitiba e Fortaleza são exemplos de sucesso em mobilidade sustentável. Curitiba, com seu sistema Bus Rapid Transit (BRT), é referência em eficiência no transporte coletivo, enquanto Fortaleza se destaca pelo uso de bicicletas compartilhadas e carros elétricos. Em Maringá, o Estação Ingá, que oferecia bicicletas e patinetes elétricos compartilhados, era um passo na direção certa, mesmo que ainda houvesse muito a ser feito para integrar esses modais com o transporte público. No entanto, recentemente a Prefeitura de Maringá confirmou, por meio da Assessoria de Imprensa, que o contrato do sistema de compartilhamento de bicicletas e patinetes elétricos estava se encerrando.
Curitiba: Um Modelo de Sucesso
Curitiba é frequentemente citada como um exemplo de planejamento urbano bem-sucedido. Seu sistema BRT, que inclui corredores exclusivos para ônibus, tornou o transporte coletivo rápido e eficiente, reduzindo o tempo de viagem e a poluição. Além disso, a cidade investiu em ciclovias e áreas verdes, promovendo um ambiente mais saudável e sustentável.
Fortaleza: Inovação e Sustentabilidade
Fortaleza tem se destacado pela inovação em mobilidade sustentável. A cidade implementou sistemas de bicicletas compartilhadas e carros elétricos, promovendo uma cultura de transporte mais limpo e acessível. Essas iniciativas não apenas reduzem a poluição, mas também oferecem alternativas econômicas e práticas para os moradores.
A cidade de Maringá precisa de uma abordagem mais holística, que inclua a melhoria da infraestrutura física e a integração tarifária, para realmente promover uma mobilidade urbana sustentável e eficiente. Com o apoio da comunidade e a implementação eficaz de projetos como o Estação Ingá, Maringá pode se consolidar como um modelo de sustentabilidade no Brasil.
FONTES:
- RIC. Edson Scabora quer potencializar o turismo e melhorar a segurança. RIC, Curitiba, 29 ago. 2024. Disponível em: https://ric.com.br/politica/edson-scabora-quer-potencializar-o-turismo-e-melhorar-a-seguranca-em-maringa/. Acesso em: 25 mar. 2025.
- O Maringá. Automóveis em excesso nas vias impactam no fluxo maringaense. O Maringá, Maringá, 16 abr. 2024. Disponível em: https://omaringa.com.br/noticias/maringa/automoveis-em-excesso-nas-vias-impactam-no-fluxo-maringaense/. Acesso em: 25 mar. 2025.
- Maringá Post. Transporte Coletivo: Orçamento para o atual subsídio da tarifa é extremamente apertado, afirma Silvio Barros. Maringá Post, Maringá, 6 fev. 2025. Disponível em: https://maringapost.com.br/cidade/2025/02/06/transporte-coletivo-orcamento-para-o-atual-subsidio-da-tarifa-e-extremamente-apertado-afirma-silvio-barros/. Acesso em: 25 mar. 2025.
- RIC. Infraestrutura de transporte: integração de modais e a mobilidade. RIC, Curitiba, 21 fev. 2025. Disponível em: https://ric.com.br/economia/infraestrutura/infraestrutura-de-transporte-integracao-de-modais-e-a-mobilidade/. Acesso em: 25 mar. 2025.
- Maringá Post. Subsídio do transporte coletivo já custou R$ 44 por maringaense em 2024. Maringá Post, Maringá, 30 jul. 2024. Disponível em: https://maringapost.com.br/cidade/2024/07/30/subsidio-do-transporte-coletivo-ja-custou-r-44-por-maringaense-em-2024/. Acesso em: 25 mar. 2025.
- RIC. Infraestrutura urbana: Pilares para o desenvolvimento das cidades. RIC, Curitiba, 10 fev. 2025. Disponível em: https://ric.com.br/economia/infraestrutura/infraestrutura-urbana-pilares-para-o-desenvolvimento-das-cidades/. Acesso em: 25 mar. 2025.