Semáforos em Rotatórias São Problemas ou Soluções?

Rotatórias sem Semáforos: Eficiência e Segurança

Diversos estudos de engenharia de tráfego apontam que rotatórias, por si só, já promovem maior fluidez e segurança em relação aos cruzamentos semaforizados. Elas reduzem a velocidade dos veículos, diminuem o número e a gravidade dos acidentes e têm custo de implantação e manutenção inferior ao dos semáforos. Em Cascavel (PR), por exemplo, pesquisa mostrou que cruzamentos com rotatórias apresentaram redução de até 81% nos acidentes, enquanto cruzamentos com semáforos concentraram a maioria das ocorrências graves.

No exterior, países como França, Suíça, Finlândia, Reino Unido, Austrália e Estados Unidos têm priorizado rotatórias em vez de semáforos, especialmente em áreas suburbanas e rurais, devido à sua eficiência, menor tempo de espera, menor consumo de combustível e redução de poluentes. A cidade de Carmel, no estado de Indiana (EUA), substituiu mais de 250 semáforos por rotatórias e observou redução de 90% nas mortes, 76% nas lesões e até 40% nos atropelamentos.

Quando os Semáforos em Rotatórias São Necessários?

Apesar das vantagens, há situações em que o uso de semáforos em rotatórias se justifica. Estudos e simulações em cidades como Campina Grande (PB) e Campo Grande (MS) indicam que, em horários de pico e em rotatórias com fluxo muito intenso e heterogêneo, a implantação de semáforos pode organizar melhor o trânsito, reduzir conflitos de entrada e saída e aumentar a segurança de pedestres e ciclistas. Nessas condições, semáforos parciais — acionados apenas nos horários de maior movimento — são recomendados, mantendo o sistema piscante nos demais períodos para garantir fluidez.

Experiências em cidades brasileiras como Ibitinga (SP) e Campo Grande (MS) mostram que a instalação de semáforos em rotatórias foi motivada por altos índices de acidentes e congestionamentos, especialmente em cruzamentos com múltiplas avenidas e grande circulação de pedestres. Em Ibitinga, ajustes de sinalização e proibição de retornos perigosos após a implantação dos semáforos resultaram em maior segurança e redução do tempo de espera.

Soluções Inteligentes e Sustentáveis

Com o avanço tecnológico, surgem alternativas inteligentes para o controle do trânsito em rotatórias. Sistemas de semáforos inteligentes, que utilizam sensores, câmeras e algoritmos para ajustar os tempos de verde e vermelho em tempo real, já são realidade em cidades como Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre e Aracaju1. No exterior, projetos de rotatórias inteligentes com semáforos solares e sensores de fluxo também têm mostrado eficiência, reduzindo congestionamentos e poluição.

Problema ou Solução?

A necessidade de semáforos em rotatórias não é absoluta. Em geral, rotatórias bem projetadas e sinalizadas são mais eficientes e seguras do que cruzamentos semaforizados, especialmente em fluxos moderados. Contudo, em situações de tráfego intenso, múltiplas entradas e grande circulação de pedestres, a implantação de semáforos — preferencialmente inteligentes e parciais — pode ser uma solução temporária ou complementar para garantir segurança e fluidez.

O desafio para cidades como Maringá é investir em estudos técnicos, monitoramento constante e soluções adaptadas à realidade local, evitando a adoção indiscriminada de semáforos e priorizando sempre o planejamento sustentável e a educação para o trânsito.

Semáforos em rotatórias podem ser tanto um problema quanto uma solução, dependendo do contexto. O ideal é que cada caso seja analisado com base em dados, experiências nacionais e internacionais e participação da sociedade. O objetivo deve ser sempre promover um trânsito mais seguro, fluido e sustentável para todos.

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